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segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Ministro do Trabalho e Emprego pede demissão no governo Dilma

Lupi é o sexto a deixar cargo acusado por denúncias de irregularidades
O ministro do Trabalho e Emprego (MTE), Carlos Lupi entregou o cargo na noite deste domingo (04/12) depois de ir pessoalmente até a presidente e anunciou sua decisão. Lupi é o sexto ministro a deixar o governo da presidente Dilma Rousseff estando envolvido em denuncias de cometer irregularidades. O nome mais cotado para assumir o cargo é o do secretário-executivo Paulo Roberto Pinto.


"Faço isto para que o ódio das forças mais reacionárias e conservadoras deste país contra o Trabalhismo não contagie outros setores do Governo", afirmou o agora ex-ministro em nota divulgada no Blog do ministério, afirmando ainda que a decisão é de caráter irrevogável.


"Saio com a consciência tranquila do dever cumprido, da minha honestidade pessoal e confiante por acreditar que a verdade sempre vence", diz a nota. Lupi diz que pediu demissão em função da perseguição política e pessoal da mídia há dois meses sem direito de defesa e sem provas.

Em viagem na Venezuela, onde participou da Cúpula dos Países Latino-Americanos e Caribe (Celac), a presidenta Dilma Rousseff aceitou o pedido de demissão e, de acordo com informações da Secretaria de Imprensa do Palácio do Planalto, a partir desta segunda-feira (05/11), o secretário executivo da pasta, Paulo Roberto dos Santos Pinto, assumirá o cargo em caráter interino.


 
Na última semana a Comissão de Ética da Presidência da República recomendou a sua exoneração do cargo. Dilma optou por ganhar tempo, pedindo ao Ministro detalhes sobre o caso.


Carlos Lupi, depois de ver outros Ministros saindo do Governo por denuncias, percebeu que a sua situação não ficaria fácil, a partir do momento em que surgiram as denuncias no final de outubro em que participaria de um esquema de desvio de recursos no MTE, da mesma natureza das ocorridas no Esporte e que culminaram na saída de Orlando Silva, com envolvimento de Organizações Não-Governamentais (ONG’s).


Acumulando denuncias, Lupi viu sua situação se agravar quando foi revelado que ele acumulava dois empregos públicos ao mesmo tempo, como assessor da Câmara Municipal de Vereadores do Rio de Janeiro e outro como assessor da liderança do PDT na Câmara dos Deputados. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, chegou a declarar a Folha de São Paulo que, "em tese" Lupi cometeu um crime.


REVISTA VEJA – já sem prestígio dentro do próprio partido, o PDT, onde sua condição de comando passou a ser questionada, Lupi viu as primeiras “balas” sendo atiradas contra ele e de forma veemente, quando a revista Veja publicou reportagem mostrando um suposta esquema de arrecadação de propina envolvendo funcionários da pasta. Na semana seguinte, a mesma revista revelou que ele usou um avião cedido por uma ONG para realizar uma viagem a municípios do Maranhão.


 
No primeiro Carlos Lupi negou ter usado "aviões particulares” e chegou a divulgar nota na página do MTE desmentindo a informação. Dias depois, no entanto, o site Grajaú de Fato publicou uma série de fotografias em que Lupi e outros militantes do PDT apareciam no avião citado.


O ministro também negou que conhecia o presidente da ONG Pró-Cerrado, Adair Meira. Ele foi o responsável por providenciar o avião King-Air para Lupi e outros militantes do PDT voarem. Ex-secretário de Políticas para o Emprego, Ezequiel de Sousa Nascimento confirmou a versão de Meira.


A BALA – No dia 09 de novembro Lupi concedeu uma coletiva e disse que só deixaria o governo a bala. "Para me tirar, só abatido a bala. E tem que ser bala forte, porque sou pesadão", ironizou o ministro, acrescentando duvidar que Dilma o demitiria devido ao fato de a presidente o conhecer "bem" há 30 anos. "Eu tenho santo forte. Eu ainda vou carregar o caixão de muita gente que quer me ver carregado", disse Lupi que dias depois declarou amor a presidente.


NOTA NA ÍNTEGRA PUBLICADA HOJE POR LUPI
Tendo em vista a perseguição política e pessoal da mídia que venho sofrendo há dois meses sem direito de defesa e sem provas; levando em conta a divulgação do parecer da Comissão de Ética da Presidência da República – que também me condenou sumariamente com base neste mesmo noticiário sem me dar direito de defesa -- decidi pedir demissão do cargo que ocupo, em caráter irrevogável.


Faço isto para que o ódio das forças mais reacionárias e conservadoras deste país contra o Trabalhismo não contagie outros setores do Governo.


Foram praticamente cinco anos à frente do Ministério do Trabalho, milhões de empregos gerados, reconhecimento legal das centrais sindicais, qualificação de milhões de trabalhadores e regulamentação do ponto eletrônico para proteger o bom trabalhador e o bom empregador, entre outras realizações.


Saio com a consciência tranquila do dever cumprido, da minha honestidade pessoal e confiante por acreditar que a verdade sempre vence.
Fonte: Site Ururau

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