Páginas

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Multas do Ibama e da ANP a Chevron podem chegar a R$ 150 milhões


Vazamento no Campo de Frade, na Bacia de Campos dura 14 dias
Além do Ibama, que multou a Chevron em R$ 50 milhões, nesta segunda-feira, a ANP - Agência Nacional de Petróleo também aplicou duas multas a empresa estrangeira pelo vazamento de óleo no Campos de Frade, o valor total das duas multas é de R$ 100 milhões. A informação é do diretor-geral da ANP, Haroldo Lima.

Segundo ele foram aplicadas duas punições pelo valor máximo permitido pela legislação, que é de R$ 50 milhões. Uma das multas foi aplicada por conta da falha na prestação de informações sobre o acidente ambiental, a outra pela falta do equipamento necessário à implementação do plano de emergência, para controlar o vazamento. Segundo a ANP, a máquina que deveria estar sendo utilizada pela empresa estava nos estados Unidos e só chegou a Bacia de Campos nesta segunda-feira (21/11).

"CHEVRON FOI NEGLIGENTE E OMITIU INFORMAÇÕES"
 
O diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Haroldo Lima declarou em coletiva realizada na tarde desta segunda-feira (21/11) que subsidiária brasileira da petrolífera norte-americana Chevron foi negligente e omitiu informações ao governo federal sobre o vazamento de petróleo no Campo de Frade, na Bacia de Campos.

Segundo Haroldo Lima, a ANP recebeu imagens editadas, com trechos cortados, por parte da empresa, sobre a extensão do vazamento. Além disso, ela não informou à agência reguladora que não tinha um equipamento considerado essencial para operação de contenção do vazamento, atrasando o processo. “A empresa foi negligente. Ela omitiu informações. Não tivemos acesso a essa informação [de que o equipamento não estava no Brasil]. Sempre imaginávamos que estava no Brasil”, disse Haroldo Lima, após reunião com a presidenta Dilma Rousseff e ministros.

O equipamento é usado para cortar a coluna por onde passa o petróleo, o que permite a colocação de camadas de concreto do fundo do mar até a superfície para estancar o vazamento. Com a falta do aparelho, que está chegando ao país, o plano para controlar o vazamento foi atrasado, segundo Lima. Até o momento, apenas uma camada de concreto foi colocada. “A agência não foi tratada como merece pela empresa”.

MULTA DO IBAMA
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) determinou aplicação de multa no valor de R$ 50 milhões à petrolífera Chevron pelo vazamento de petróleo no Campo de Frade, na Bacia de Campos. A medida foi anunciada nesta segunda-feira (21/11) pelo presidente do Ibama, Curt Trennepohl.

O secretário de Ambiente do Rio, Carlos Minc, vai sugerir que metade do valor seja investida em parques costeiros do estado. Minc determinou que seja feita uma auditoria de padrão internacional na Chevron e na Transocean, que opera o poço, e também decidiu ingressar com uma ação civil pública em valor que pode chegar a R$ 100 milhões, por danos aos bens difusos, à biodiversidade marinha e ao ecossistema costeiro.

Também hoje, o presidente da subsidiária brasileira da petrolífera Chevron, George Buck, calculou que o vazamento total de petróleo no Campo de Frade chegue a 381,6 mil litros. O acidente ambiental foi detectado no último dia 8, quando funcionários da Petrobras avisaram à Chevron sobre uma mancha de óleo na água.

Buck reconheceu a responsabilidade da empresa pelo vazamento e garantiu que o óleo será retirado da superfície. Ele isentou de qualquer culpa, pelo acidente, os funcionários e equipamentos da empresa Transocean, responsável pela perfuração do poço. A empresa é a mesma envolvida no desastre do Golfo do México, em 2010, quando operava para a British Petroleum (BP).
Fonte: site URURAU

Nenhum comentário: