Ex-presidente do Supremo Tribunal Federal aprova as decisões que estão sendo tomadas no julgamento do mensalão.
O ministro Carlos Ayres Britto, que se aposenta compulsoriamente por completar 70 anos no próximo domingo (18), elegeu, em entrevista exclusiva à Globo News, o momento mais difícil do julgamento do mensalão, após presidir nesta quarta (14) a sua última sessão à frente do Supremo Tribunal Federal (STF). "Logo no começo, na primeira sessão, houve uma resistência conhecida à metodologia de julgamento do relator. Eu tive de dizer então que cada ministro votasse por sua própria metodologia. Aí o ministro revisor, horas depois, anunciou que se submeteria à metodologia. O que fez acertadamente", lembra ele.
O ex-presidente do STF acredita que esse julgamento ficará marcado na história: "Essas decisões do Supremo na ação penal 470 sinalizam uma virada de página na direção de um Brasil com melhor qualidade na vida política. Quando a decisão do STF coincide com o pensar coletivo mais profundo, mais legítimo, é a glória".
Sem lamentar não concluir o julgamento, Ayres Britto também analisa a forma que os integrantes do STF estão conduzindo a ação penal 470, já que muitos críticos duvidavam das condenações dos réus por conta de a maioria dos ministros ter sido indicada no governo Lula. "Cargo de ministro do Supremo não é cargo de comissão nem função de confiança. Gratidão no plano pessoal é uma coisa. Mas não se pode ser grato com a toga", garante ele.
Ayres Britto escolhe a plenitude da liberdade de imprensa como o caso mais importante que presidiu e revela planos para o futuro: "Vou cuidar de escrever e ler, seja na área política ou poética".
Fonte: G1
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