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quinta-feira, 31 de maio de 2012

Seminário esclarece lei que irá por fim a queima da cana

O proprietário terá que informar quando e onde irá queimar suas canas
Produtores rurais, ambientalistas e autoridades, participaram de um seminário nesta quarta-feira (30/05), em Donana, Baixada Campista. Na ocasião aproximadamente 200 pessoas estiveram reunidas no auditório da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) para entenderem como que a Lei Estadual (5990/11), que estabelece prazo para o fim da prática da queima da palha da cana, irá funcionar na prática.

De acordo com o presidente da Associação Fluminense dos Plantadores de Cana (Asflucan), Eduardo Crespo, haverá um comprometimento de todos para tentar reduzir gradativamente a prática de queimada na colheita da cana.

“Agora com base na Lei todos os produtores de cana-de-açúcar (responsáveis pela queima) têm a obrigação de todo ano, bem antes da realização da queimada, requerer, gratuitamente, autorização ao Instituto Estadual do Ambiente (Inea). O proprietário terá que informar quando e onde irá queimar suas canas para que não seja penalizado pela fiscalização, e não tenha que responder por crime ambiental”, explicou o presidente, complementando:

“Com base na legislação e em parceria com o Inea, a Asflucan está, desde outubro de 2011, atendendo os plantadores e encaminhando os requerimentos de autorização de queimadas ao órgão federal”, frisou.

Uma das alternativas para a gradativa erradicação da queima e, por via de consequência, o encerramento do corte manual, será a substituição do método pela mecanização, mediante o uso de colheitadeiras adequadas às diferentes topografias da região produtora.

O superintendente do Inea, Rene Justen, mencionou que a maior parte das usinas da região já adquiriu as novas máquinas, que irão reduzir cerca de 20% das queimadas somente esse ano. “Quase todas as usinas já possuem esses veículos. Sendo que umas possuem mais e outras menos. O nosso objetivo é a redução das queimadas. Quando chegar o final desse período, não teremos mais pessoas trabalhando na colheita da cana, só terá máquinas. Esses trabalhadores também serão reaproveitados, pois serão redirecionados para outras atividades agrícolas”, comentou Rene, afirmando que até 2020 a expectativa é de que não haja mais queimadas na região.

Com esse método, tudo que for produzido e colhido será proveniente das máquinas.

“Todo processo é planejado, no entanto, o exemplo de São Paulo, que já se adequou a esses equipamentos, é baseado em grandes máquinas, que foge da nossa realidade. É um modelo de plantio que admiramos e apreciamos, mais que pra nossa região não será muito válida, pois não temos áreas assim contínuas, como as deles. O nosso grande desafio será em trabalhar com essas pequenas máquinas, que vai gradativamente agregar essas menores áreas”, finalizou Eduardo Crespo.

Para o produtor rural, João Arlindo de Souza, 72 anos, o pequeno produtor não será beneficiado com essa nova prática de colheita. Segundo ele, quem possui pouca terra sairá prejudicado, pois as larguras dos bancos de terras que irão ser feitos, impossibilitará o proprietário de plantar.

“Eu acho que nós, pequenos produtores, não vamos poder tocar isso aí que eles estão propondo. Esse método só irá beneficiar o grande produtor rural”, lamentou João Arlindo.

Os secretários estaduais do Ambiente, Carlos Minc, da Agricultura, Christino Áureo e a presidente do Inea, Marilene Ramos, também estiveram presentes no evento.

Kelly Maria - Estagiária
Site: Ururau

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