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quinta-feira, 31 de maio de 2012

Dia Mundial sem Tabaco: Alerta para problema mundial de saúde pública


Calcula-se que um terço dos adultos de todo o mundo seja fumante
O fumo é a segunda maior causa de mortalidade do mundo, depois somente da hipertensão e é atualmente responsável pela morte de 1 em cada 10 adultos.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 100 mil pessoas se tornem fumantes por dia. E nesta quinta-feira (31/05) onde se é comemorado o Dia Mundial sem Tabaco, a equipe do site Ururau conversou com o pneumologista Luiz Carlos Sell, que explicou, dentre outras coisas, como as inúmeras toxinas provenientes do cigarro afetam, nosso organismo.

“O problema do tabagismo no mundo todo é um desafio, um enfrentamento, que dentro das próximas décadas a gente vai ter realmente que encarar, assim como muita coisa que vem acontecendo no nosso planeta, como a questão do aquecimento global, entre outras coisas. O homem ele tem na sua própria natureza um papel destrutivo, e o cigarro, em minha opinião, faz parte desse conjunto que o indivíduo cria, para sua própria destruição”, observou o médico.

Segundo Luiz, atualmente os números de fumantes são bem alarmantes. Cerca um terço da população adulta mundial é fumante. “Estamos falando de 1,2 bilhões de pessoas. É um número assustador, visto que, temos uma população de 7 bilhões de pessoas em todo mundo, então um terço é uma massa muito grande. E esse tabagismo, segundo a Organização Mundial de Saúde, é responsável por 4,9 milhões de mortes ao ano em todo o mundo. Então quase cinco milhões de indivíduos morrem anualmente, e isso da um número de 10 mil mortos por dia, por doenças causadas direta ou indiretamente pelo tabaco. Doenças pulmonares e extra pulmonares”, afirmou.


Com relação a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), que compreende a bronquite crônica, o enfisema pulmonar, e o próprio câncer de pulmão, além do câncer de bexiga e de pâncreas, de boca e das vias aéreas superiores (esôfago, laringe ,faringe), hoje, de acordo com o especialista, o que se tem é um grande problema de saúde mundial.

“A DPOC hoje é a quarta causa das doenças que mais matam, e ela está em ascendência progressiva. Enquanto as patologias infecciosas alcançaram um patamar de controle, enquanto as doenças cardiovasculares, que na realidade ainda continuam sendo as que causam óbitos, porém adquiriram certo papel de controle, não estão crescendo tanto. Mais o DPOC está em uma linha de ascendência progressiva, subindo assustadoramente a cada ano”, revelou Luiz Carlos, acrescentando:

“A perspectiva para nos próximos 20 anos, é de que, o DPOC passe a subir de importância nas causas de mortalidade em todo planeta. Então a dimensão do problema do tabaco, é muito séria e muito epidêmica. Porque ele se espalha rapidamente. As pessoas são fortemente influenciáveis, e por várias razões são atraídas para o fumo. Embora no Brasil os grupos acima dos 30 anos, os adultos mais velhos, tem diminuído o consumo de cigarro, os jovens têm fumado mais, e começado cada vez mais cedo”.

De acordo com o médico, o cigarro tem 4.700 substâncias tóxicas quando se é queimado. E essas milhares de substâncias entram no organismo e devastam células saudáveis.

“Fora as doenças pulmonares, as cardiovasculares também estão fortemente associadas ao fumo. Então é o hipertenso que fuma, é o cardiopata que fuma, é a pessoa que vai construindo suas lesões dentro dos vasos e das artérias coronárias, propiciando e levando ao infarto do miocárdio. Há ainda as doenças periféricas, que são os entupimentos dos vasos e membros, etc. Tudo relacionado ao cigarro. No entanto, percebemos que quando se trata essas enfermidades e se tira o cigarro desses indivíduos, essas doenças se desaceleram. É por isso que parar de fumar é sempre bem vindo, em qualquer época da vida, seja quem está iniciando agora, porque irá prevenir maiores lesões, ou seja por aquele indivíduo que já tem lesões constituídas,para não aumentá-las”, ressaltou.

O médico disse ainda que, nos dias atuais, inúmeros métodos se encontram disponíveis para ajudar o paciente a deixar de fumar.

“Nós realizamos um acompanhamento, uma forma de psicoterapia, que vai ajudando essa pessoa a parar gradativamente de fumar. É um trabalho intenso feito com cada fumante. Também fazemos uso de medicamentos que tiram um pouco a vontade de fumar. Mais isso não será válido se a vontade e o desejo de parar não sejam do próprio paciente”, finalizou Luis Carlos.

Ururau


Site: Ururau

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