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quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Instituto de Segurança Pública divulga números da violência contra mulher


O Instituto de Segurança Pública (ISP) divulgou, os números da sétima edição do Dossiê Mulher, baseado nos registros de ocorrência da Polícia Civil de 2011. O estudo mostra que as mulheres são as maiores vítimas de estupro (82,6%), lesão corporal dolosa (64,5%), e ameaças (66,8%) no Estado do Rio de Janeiro, e que a maioria desses crimes é cometido dentro de casa e no ambiente familiar. O espaço doméstico abriga 70,9% dos estupros, enquanto 11,6% acontecem em vias públicas, e 17,5%
em outros locais.

Os números foram apresentados pelo diretor-presidente do ISP, coronel Paulo Augusto Souza Teixeira, e a analista criminal do ISP, major Claudia Moraes. O Dossiê Mulher apresenta os índices dos delitos que as mulheres são mais vítimas no contexto familiar e amoroso: além dos já citados, estão também os crimes de homicídio doloso e tentativa de homicídio. A Baixada Fluminense e a Zona Oeste do Rio são as áreas com maior incidência dos crimes pesquisados.

- Esperamos que esse trabalho contribua para uma reflexão muito mais profunda com relação a esses tipos de delito. Quando a gente olha para os números, o que chama muito a atenção, é que um grande percentual dos estupros acontece no ambiente familiar. E também a faixa etária dessas vítimas, muitas de 0 a 14 anos, o que consideramos estupro de vulnerável. É uma questão que passa da fronteira da polícia e entra na residência – destacou o coronel Paulo Teixeira.

O dossiê constatou que houve um aumento de 7,2% no total de vítimas mulheres em relação ao ano anterior. Do total de estupros praticados, 53,6% referem-se a “estupro de vulnerável”, ou seja, 2.156 vítimas eram meninas de até 14 anos. Em 50,2% dos casos, as vítimas conheciam os acusados (companheiros, ex-companheiros, pais, padrastos, parentes e conhecidos), 30,5% tinham relação de parentesco com a vítima (pais, padrastos, parentes) e 10,1% eram companheiros ou ex-companheiros.
No caso das ameaças, foram registradas 54.253 ocorrências. Em relação a 2010, houve um aumento de 8,6%. Somente na área que compreende os municípios de Nova Iguaçu, Mesquita e Nilópolis foram 4.193 ameaças. Quase metade das vítimas, cerca de 49,4% tinha o companheiro ou ex-companheiro como o provável autor do crime. Sofreram ameaças por parte de pais ou parentes 10,7% das mulheres, e 12,5% delas foram vítimas de pessoa conhecida ou próxima.

- A existência de uma rede de apoio estimula a mulher a denunciar. Elas estão mais conscientes de que o corpo é propriedade dela e que ela é que tem que dizer sim. Antigamente, se dizia muito que em briga de marido e mulher não se mete a colher, mas violência contra mulher é crime. E elas podem procurar qualquer delegacia para registrar a ocorrência – esclareceu a major Claudia Moraes.
O estudo também mostra que o número de lesões corporais dolosas apresentou um aumento de 7,2% no total de mulheres vítimas em comparação com 2010. Quanto ao homicídio doloso, 7,1% eram mulheres, totalizando 303 vítimas. Esse delito apresentou um aumento de 1,3% no número de registros. Das 303 mulheres assassinadas, 19,1% conheciam os acusados, sendo que 14,2% das vítimas eram ex-companheiras ou companheiras do provável autor. No caso das tentativas, das 680 vítimas, 51,6% conheciam os acusados.


Fonte: Blog Diego Dias

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