Esta semana como mostrei aqui no blog, eu e Rosinha fomos avós pela quinta vez, nasceu nosso netinho Anthony Garotinho Neto, filho do Wladimir e da Tassiana. Conversando com Rosinha na maternidade relembramos o nascimento dos nossos filhos, e em dado momento ela falou da preocupação com o mundo que nossos netos vão enfrentar, como hoje é muito mais difícil educar uma criança, um adolescente. Por isso achei muito oportuna a matéria de capa da revista Veja desta semana, até para fazer uma reflexão junto com vocês aproveitando o sábado que é um dia mais tranquilo.
Vivemos num mundo doente onde o consumo do álcool e das drogas é incentivado por grande parte da mídia, e pelos artistas e intelectuais como se fosse uma coisa libertária, um avanço no comportamento, uma expressão da modernidade quando eu acho que é exatamente o contrário. E digo isso não apenas porque sou evangélico. A hipocrisia e o preconceito de uma parte da mídia faz com que todas as vezes que um político que é evangélico se levanta em defesa de valores tradicionais seja tratado como se fosse a personificação do atraso.
Quero dizer que nunca bebi mesmo antes de me converter, mas não sou hipócrita de condenar aqueles, como muitos amigos meus, que bebem socialmente. Mas me espanta como pai de nove filhos que muitos pais, independente da religião que professem ou até que sejam ateus, achem normal os filhos saírem para as baladas e encherem a cara de vodca ou uísque com energético e em alguns casos ainda fumem um cigarrinho de maconha. Isso é modernidade?
Vou relembrar aqui uma passagem de quando fiz há um tempo atrás, uma postagem onde condenava a liberação da venda de bebidas alcoólicas nos estádios durante os jogos da Copa de 2014. É bem ilustrativa. Teve um leitor que sem me ofender e até de forma espirituosa me criticou dizendo: "Garotinho, ir a um estádio ver um jogo de futebol sem beber uma cervejinha é o mesmo que o cara sair com uma garota de programa e só pedir um abraço". Confesso que ri do comentário, mas se pensarmos bem ele incute uma mensagem que faz parte do pensamento coletivo de boa parte da sociedade. As festas, os momentos de confraternização são associados ao consumo do álcool com a complacência e a aprovação de muitos.
Voltando ao ponto principal que é a reportagem da Veja reparem que o levantamento mostrou que 1 em cada 3 adolescentes nos últimos três meses se embriagou. Não estamos falando de consumir bebidas alcoólicas, mas de tomar um porre, se embriagar. Esse dado é assustador.
Tenho observado em conversas com meus filhos, amigos dos meus filhos, com filhos de pessoas próximas e com jovens com quem convivo no trabalho e na política que hoje a "onda" não é mais como nos meus tempos de juventude. A cerveja deu lugar a bebidas mais fortes e mais atraentes para a garotada, vodca com sabores de frutas para estimular o consumo e uísque, misturados com energéticos. Junte-se a isso um cigarro de maconha, que uma parte da sociedade quer liberar, e me perdoem, mas é uma mistura explosiva.
A matéria mostra que estudos científicos comprovam que consumir bebidas alcoólicas sem controle na adolescência aumenta em até 70% o risco de virar dependente de drogas. Antes que os defensores da liberação das drogas me crucifiquem e contestem esse número, quero dizer que não me importa se o risco aumenta 10%, 20%, 50% ou 70%, mas é elementar que o álcool é a porta de entrada de muitos que passam para a maconha e em muitos casos depois partem para drogas mais pesadas.
Não adianta nos chocarmos com o drama do crack ou da cocaína se fechamos os olhos para o consumo sem controle de álcool e aprovamos a liberação da maconha.
Querem ver outra hipocrisia? É possível - não tenho dados concretos - que a maioria dos usuários de maconha não passe para outras drogas. Mas ninguém contesta que um número que não é insignificante, muito pelo contrário, acaba como dependente de cocaína ou crack. Bem, se pegarmos os medicamentos legais vendidos em farmácias muitos já foram proibidos e retirados de circulação nos Estados Unidos, na Europa e até no Brasil porque mesmo sendo benéficos para muitas pessoas descobriu-se efeitos nocivos graves para um pequeno universo de consumidores. É o bastante para serem banidos do mercado. Por que quando se fala da maconha ninguém observa essa questão farmacológica? Não há esse debate na mídia, apenas se defende a liberação e pronto. E me perdoem, mas eu não sou de meias palavras, alguns pais - é claro que não se pode generalizar - defendem a liberação apenas porque sabem que seus filhos fumam ou podem vir a fumar e têm medo que eles enfrentem problemas com a polícia. Não conseguem enxergar adiante e pensar nos riscos.
Eu sei que a mídia tem papel decisivo nessa questão e se posiciona de forma equivocada, muitas vezes por interesses comerciais, no caso das bebidas alcoólicas e energéticos. É público e notório que governantes irresponsáveis como Sérgio Cabral e Eduardo Paes incentivam a liberação das drogas, se embriagam em público dando péssimos exemplos. Mas não vamos tapar o sol com a peneira. Muitos pais estão sendo omissos, às vezes por não saberem como abordar o problema.
A dura realidade, doa a quem doer, é que hoje à noite milhares de jovens vão sair para as baladas e muitos tomarão um porre de vodca ou uísque com energéticos. Alguns vão emendar com um "inofensivo" (não é isso que os defensores dizem?) cigarrinho de maconha. E outros, dependendo do local ou do grupo de amigos, terão a oportunidade de experimentar uma droga mais pesada que lhes será oferecida. Já sob o efeito da bebida da moda aprovada socialmente e sob os efeitos da maconha que muitos acham uma coisa normal quem pode garantir que não vão aceitar?
Eu sei que me alonguei um pouco, mas era preciso esclarecer bem minha linha de pensamento que como podem constatar não tem nada a ver nesse caso com o fato de eu ser evangélico, nem com política, nem é baseada em qualquer preconceito, e tenho convicção que não representa um pensamento retrógrado. São princípios de vida em que acredito, bom senso e preocupação de pai. Acho que muitos pais vão concordar comigo.
Fonte: Blog do Garotinho
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