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segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Defesa Civil monitora reconstrução de diques


Preocupados com a segurança da comunidade de Três Vendas, zona rural de Campos e, para evitar que uma nova cheia do Rio Muriaé, que corta a localidade, atinja a população, desabrigando, a exemplo deste ano, mais de mil famílias, o secretário municipal de Defesa Civil, Henrique Oliveira, e o subsecretário municipal de Defesa Civil, Édison Pessanha, estiveram na localidade para vistoriar as obras emergenciais de recuperação e reconstrução de diques. As barragens foram rompidas com as chuvas do final do ano passado e início de 2012 e provocaram alagamentos nos municípios de Campos e Cardoso Moreira, além da interrupção no tráfego da BR-356 (Campos-Itaperuna). As intervenções estão sendo feitas pelo Instituto Estadual do Ambiente (INEA) com recursos de mais de R$ 25 milhões repassados ao Estado pelo Ministério de Integração Nacional.

Durante a vistoria, foi constatada a instalação de três galerias celulares pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) na BR-356 sem, no entanto, ser construída uma comporta. Além disso, segundo Henrique, não foi executado o reforço do muro de proteção entre a rodovia federal e o Rio Muriaé.
   
- Existem infiltrações sob a rodovia em frente a Três Vendas e, no trecho, o DNIT não fez intervenções até então. Eles alegam que a BR-356 não é dique, mas o Rio Muriaé passa a 50 metros da estrada e são necessários, sobretudo, o reforço do talude naquele trecho, e o aumento do greid da rodovia. Por mais que não estejam levando em conta o risco às famílias de Três Vendas caso haja um novo rompimento da rodovia, o DNIT deve considerar que, na BR-356 trafegam veículos e que a ruptura da estrutura da estrada pode provocar graves acidentes - destacou o secretário.
 
Lagoa da Onça – Na última segunda-feira (27), a Defesa Civil Municipal solicitou oficialmente, a intervenção do Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro (MPE) e do Ministério Público Federal (MPF) nas obras que estão sendo realizadas pelo INEA. O órgão estadual e o DNIT, órgão responsável pela recuperação da BR-356 (Campos-Itaperuna), também foram procurados na terça-feira (28), pela Defesa Civil, para apresentar esclarecimentos quanto às ações executadas na localidade.
    
A partir de denúncias de moradores e pescadores locais, o secretário e o subsecretário de Defesa Civil foram à localidade para vistoriar as intervenções em execução e constataram a prática de obras irregulares na Lagoa da Onça, onde uma barragem, que não diminuirá os impactos de uma nova enchente, está sendo construída e duas bombas que, segundo a Defesa Civil Municipal, seriam de propriedade particular, foram instaladas para o esgotamento da lagoa e, consequentemente, o aumento da área particular de pastagem, configurando crime ambiental. 
     
A iniciativa contraria o objetivo do repasse da verba federal, segundo o comandante da Defesa Civil. Henrique explicou que o recurso foi destinado a obras nos pontos considerados vulneráveis, como os diques Santa Bárbara, do Pontal e Boianga I e II, que são os que realmente influenciam no alagamento de Três Vendas e Outeiro. 
   
- Estão realizando obras inadequadas e esquecendo as que realmente são essenciais para que um novo desastre não aconteça naquela região. Estão mais preocupados em proteger rebanhos bovinos do que a população de Três Vendas. Em nada, a divisão e o esgotamento da Lagoa da Onça vão influenciar positivamente nos alagamentos provocados pela cheia do Rio Muriaé. Pelo contrário, segundo técnicos, a lagoa serve de bacia de acumulação e contribui para diminuir o impacto das enchentes tanto em Outeiro quanto em Três Vendas - pontuou Henrique.



Fonte: http://www.campos.rj.gov.br

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